Agências reguladoras (como o ANVISA) às vezes precisam publicar comunicações de alerta aos consumidores. Isso ocorre, por exemplo, quando uma propaganda enganosa é identificada ou quando uma empresa precisa realizar o recall de um produto com defeito. Na maioria das vezes, essas mensagens chegam ao grande público na forma comunicados de imprensa, ou seja, por meio de mensagens de texto veiculadas na internet, nas redes de televisão e lidas em programas de rádio. Porém, um recente estudo mostrou que a utilização de mensagem na forma de texto tende a diminuir a eficácia da mesma. Ou seja, os consumidores continuam acreditando em propagandas mentirosas ou comprando produtos perigosos. Segundo os resultados da pesquisa, as agências reguladoras deveriam usar imagens em suas comunicações corretivas. Isso porquê as imagens fazem com que os consumidores tenham mais facilidade de lembrar dos anúncios e isso acaba mudando seu comportamento de compra. Esse fenômeno ocorre pois as imagens atuam sobre as decisões automáticas do consumidor, em comparação aos textos que exigem uma tomada de decisão mais consciente. Dessa forma, ao comunicar o recall de um lote de alimentos contaminados, por exemplo, as agências reguladoras deveriam usar imagens de pessoas doentes para fazer com que os consumidores devolvam os produtos.
Por Lucas Finoti
Fonte:  Olivier Trendel, Marc Mazodier, and Kathleen D. Vohs (2018) Making Warnings About Misleading Advertising and Product Recalls More Effective: An Implicit Attitude Perspective. Journal of Marketing Research: April 2018, Vol. 55, No. 2, pp. 265-276.