Por: Lucas Finoti

Os profissionais de marketing sabem que uma das necessidades básicas dos seres humanos é a conexão com outras pessoas. Não é por acaso que diversas ações são realizadas nas empresas com o objetivo de acrescentar características humanas às marcas e aos produtos. As ações mais desenvolvidas nesse sentido envolvem a inserção de fotos de funcionários nas páginas oficiais da empresa, a utilização de funcionários em atividades de interação em mídias sociais (ex. campanha ‘VAMOS CONVERSAR’ da marca Brahma em 2018) e a antropomorfização de produtos (ou seja, acrescentar características que ‘dão vida’ aos produtos). Uma estratégia de humanização que vem ganhando força no mercado é a utilização de fontes manuscritas em embalagens de produto (por exemplo, as embalagens da marca  ‘Leitíssimo’ – Veja: http://www.leitissimo.com.br/). Para avaliar a eficácia dessa nova tendência, pesquisadores austríacos realizaram um estudo para entender como a utilização de fontes manuscritas afetam a venda de produtos. Os resultados do estudo comprovaram que o tipo de fonte utilizado nas embalagens influencia as emoções que o consumidor desenvolve pelo produto. Descobriu-se que fontes manuscritas aumentam a percepção de presença humana, ou seja, a ideia de que um ser humano participou da produção do produto. Segundo os pesquisadores, isso faz com que exista maior apego emocional ao produto, que acaba tendo uma avaliação superior quando comparado aos que utilizam fontes mecânicas nas embalagens. O estudo foi realizado com diversos produtos (ex. pão, chocolate, sabonete, sorvete, leite, suco de laranja, velas aromáticas); os pesquisadores descobriram que a utilização de fontes manuscritas aumenta a humanização quando o produto sob consideração é hedônico. No caso de produtos utilitários (sabonete anti-bacteriano, e velas repelentes de insetos) é preferível a utilização de fontes mecânicas, que passam maior sensação de conhecimento técnico e profissionalização.

Fonte: Schroll, R., Schnurr, B., Grewal, D., Johar, G., & Aggarwal, P. (2018). Humanizing Products with Handwritten Typefaces. Journal of Consumer Research, 45(3), 648-672.