
Você provavelmente já ouviu falar do UBER® e do Airbnb®, aplicativos que funcionam com base na ideia de Economia Compartilhada, não é mesmo? A Economia Compartilhada é a tendência de dividir o uso (ou a compra) de produtos em uma espécie de consumo colaborativo. Assim, ao invés de comprar um carro para se deslocar para o trabalho, um indivíduo pode baixar um aplicativo e pegar uma “carona” com alguém que faça o mesmo trajeto. Essas trocas entre consumidores têm incomodado as empresas estabelecidas, que argumentam estarem sofrendo concorrência desleal devido a desregulamentação dessas transações. Um estudo da Universidade de Boston testou o real impacto da economia compartilhada na lucratividade de empresas tradicionais. Para isso, os pesquisadores usaram dados da entrada do aplicativo Airbnb® no estado americano do Texas.
Descobriu-se que, de fato, a presença do Airbnb® causou uma redução de aproximadamente 10% na receita dos hotéis, mas essa redução varia de acordo com aspectos como o segmento de mercado atendido pelos hotéis, o tamanho dos hotéis e a época do ano investigada. Por exemplo, hotéis que oferecem estrutura para eventos (reuniões de negócios, congressos e palestras) sofreram pouco com a entrada do Airbnb® no mercado de hospedagem, pois o aplicativo está mais focado no atendimento de um segmento mais informal de consumidores. Hotéis que pertencem a grandes redes também sofreram quedas menores na demanda, visto que o investimento em marca e a padronização de serviços chamam a atenção de consumidores avessos ao risco. Por outro lado, o maior impacto na receita dos hotéis é percebido em épocas de alta temporada. A flexibilidade do Airbnb® oferecer mais quartos em momentos de alta demanda, por exemplo durante festas populares e feriados nacionais, faz com que os hotéis tenham dificuldade em aumentar seus preços, diminuindo assim a receita nesses períodos.
Por Lucas Finoti