Por: Loise Cristina Schwarzbach

A temperatura é um elemento fundamental na escolha de alimentos e julgamento de sabor. 

Pesquisadores franceses investigaram a intuição de que alimentos quentes contêm mais calorias do que frios, enraizada na percepção de que são mais saborosos e satisfatórios. 

Tradicionalmente as refeições principais são quentes, e o calor pode melhorar fisiologicamente a percepção de sabor (macarrão quente é mais gostoso que frio). Trata-se, no entanto, de uma crença leiga: uma porção média de batata frita tem a mesma quantidade calórica de 3 maçãs, porém associamos automaticamente que a batata frita é mais calórica. 

Essa percepção aumenta a desejabilidade de produtos quentes e disposição para pagar, pois acredita-se fornecer maior valor nutricional/energia, exceto para pessoas que estão em dieta de restrição calórica. Também cria a inferência errônea de que alimentos frios não têm capacidade de saciar ou ter menos calorias, resultando por vezes em consumo calórico adicional.

Os profissionais podem usar indicadores de temperatura na embalagem e anúncios para melhorar a percepção do produto e estimular as compras. Pode também ser aproveitada para otimizar as percepções de alimentos saudáveis, adicionando um componente quente a um produto frio (salada com carne) para aumentar seu apelo.

Fonte: Yamim, A. P., Mai, R., & Werle, C. O. (2020). Make It Hot? How Food Temperature (Mis) Guides Product Judgments. Journal of Consumer Research47(4), 523-543.