Resumo escrito por: Loise Cristina Schwarzbach

Somos expostos todos os dias por vários anúncios de alimentos e restaurantes, que tentam até irrealisticamente apresentá-los mais bonitos do que são. Anunciantes acreditam que assim parecerão mais apetitosos – a neurociência indica que imagens consideradas deliciosas ativam o córtex gustativo, simulando a sensação de sabor e prazer. Contudo, é possível que provoque outras percepções distorcidas da realidade? 

Uma pesquisa americana descobriu que a beleza, estimada por princípios de ordem, simetria e equilíbrio, influencia o julgamento do consumidor na avaliação de alimentação saudável (mais nutriente, menos gordura). Os consumidores avaliam alimentos mais naturais como mais bonitos, e por inferência são mais saudáveis. A premissa foi testada em vários contextos: alimentos saudáveis x não saudáveis, processados x não processados, reais x fotografados, e constatou que a versão mais bonita era avaliada como mais saudável. 

Embora se esforcem para ter uma alimentação saudável, é difícil para o consumidor avaliar com precisão a qualidade nutricional. Por isso vale lembrar que não isenta a responsabilidade dos profissionais do marketing, que podem levar erroneamente o consumidor a minimizar os preconceitos de comida não saudável ou em grande quantidade. Assim, legisladores devem criar regulamentações para que empresas sinalizem em suas comunicações que os alimentos não têm qualidade nutricional.

Fonte: Hagen, L. (2021). Pretty healthy food: How and when aesthetics enhance perceived healthiness. Journal of Marketing, 85(2), 129-145.