Por Helison Bertoli

 

Se lhe oferecerem duas opções de xarope para dor de garganta, uma com um gosto ruim e outra com sabor agradável, qual dos dois xaropes você acredita que iria te curar mais rápido? A maioria das pessoas diria que prefere o xarope de gosto ruim. Isso porque, quando deparadas com duas opções que levam a um resultado similar, elas tendem a acreditar que a opção mais dispendiosa é a melhor.

Em uma pesquisa recente, descobriu-se que pessoas que acreditam na Ética do Trabalho Protestante, ou seja, a crença de que o trabalho duro gera bons resultados, estão mais propensas a acreditar nessa relação entre custo-benefício ao avaliar opções. Essa propensão ocorre porque os indivíduos tentam fazer escolhas consistentes com suas crenças. Assim, se acreditam que o trabalho difícil gera bons frutos, também irão considerar que as escolhas mais difíceis (o xarope de gosto ruim) trarão os melhores resultados. Além disso, demonstrou-se que indivíduos que creem na Ética do Trabalho Protestante preferem ações de marketing que realcem a relação entre esforços e recompensas.

 

Dessa maneira, gestores devem ter atenção ao implementar ações de marketing e ao precificar seus produtos para o público que está alinhado com a Ética do Trabalho Protestante. Destacar características que sinalizem um maior esforço no uso ou ainda aumentar o preço do produto pode elevar as chances de que o consumidor escolha a sua marca.

 

Fonte: Yimin Cheng, Anirban Mukhopadhyay, and Rom Y. Schrift (2017) Do Costly Options Lead to Better Outcomes? How the Protestant Work Ethic Influences the Cost–Benefit Heuristic in Goal Pursuit. Journal of Marketing Research: August 2017, Vol. 54, No. 4, pp. 636-649.