Por Flávio Osten

 

Como as pessoas decidem quem ajudar quando fazem uma doação? Uma interessante pesquisa mostrou que existe um “bônus pela beleza”. Isso mesmo, quanto mais bonito for a causa da doação maior a chance de receber dinheiro. Por exemplo, uma criança considerada bonita tem mais chances de receber apoio que uma criança menos bonita. Outro exemplo, um animal considerado bonito, como um urso panda, recebe mais dinheiro de doações do que outro considerado menos bonito, como um bicho preguiça. E não para por aí: quando doamos para alguma causa “mais bonita” a tendência é que fiquemos mais satisfeitos com essa doação. Toda essa tendência de doar para o “mais bonito” pode ser revertida se houver empatia com a causa. No caso do exemplo anterior, se eu souber que um bicho preguiça precisa muito mais ajuda comparada a um urso panda (o mais bonito) farei a doação “mais racional”, para a causa do bicho preguiça. No entanto, esse tipo de doação gera menos satisfação e a chance de uma nova doação após algum tempo diminui. Por isso, entidades que solicitam doações continuamente, devem priorizar o aspecto estético do seu pedido usando imagens que pareçam mais agradáveis aos olhos do doador.

 

Fonte: Cynthia Cryder, Simona Botti, and Yvetta Simonyan (2017) The Charity Beauty Premium: Satisfying Donors’ “Want” Versus “Should” Desires. Journal of Marketing Research: August 2017, Vol. 54, No. 4, pp. 605-618.